PRO CAUSA DE BEATIFICAÇÃO - PRO CAUSE DE BÉATIFICATION

O Coração Imaculado de Maria
á luz de Fátima

 

II.ª PARTE: PRÁTICA DA DEVOÇÃO

FIM DESTA DEVOÇÃO

Suposto que se deve prestar culto especial ao Imaculado Coração de Maria, indaguemos a finalidade principal desta devoção: a devoção: a conservação dos pecadores; prova-se pela Liturgia da festa e pelas revelações aos Pastorinhos de Fátima.

I — Liturgia: 1) o intróito: vamos pois cheios de confiança ao trono da graça para conseguirmos misericórdia e alcançarmos favor em auxílio oportuno» (Heb. IV, 16): a) necessidade deste auxilio nos tempos actuais: — ateísmo, paganismo, abominação de costumes; lares em ruínas, extermínio de inocentes; b) a Jacinta sentiu esta deplorável situação 2) O Evangelho em dois versículos dá-nos o remédio: Ecce Mater tua: a) a vingança de Cristo; b) neste imenso calvário que é o mundo, outra vez Cristo tão crucificado nesta hora de crimes, dá aos pecadores a Sua Mãe: Ecce Mater tua.

II — As aparições: 1) do Anjo; em todas três, esta finalidade bem marcada; com elas se iniciaram os zagais no zelo pela conversão dos pecadores; 2) as da Virgem: a mesma insistência: a) por isso pede oração, o Terço, as duas jaculatórias e sacrifícios; b) Nossa Se­nhora amargurada; a visão do inferno; c) não aflijam mais a Nosso Senhor com o pecado (palavra da Irmã Lúcia); d) «Só Ela lhes poderá valer».

ESPÍRITO PRÓPRIO DESTA DEVOÇÃO

Antes de todas as práticas que se podem aconselhar, importa estudar o espírito próprio que as deve informar a todas: o amor filial para com tão boa Mãe:

I — Poder irresistível do Coração desta Mãe: 1) amor desper­tado nos pastorinhos: a) avassala-os e cativa-os; b) este amor atinge neles ardores que ultrapassam as raias da graça ordinária; e) desprende-os totalmente de si e transforma-os em apóstolos pela oração continua e o sacrifício ininterrompido; 2) nos pecadores: a) Nossa Senhora a Santa Brígida; b) é o Coração de Maria que vai ao encontro deles; c) importa pois estabelecer contacto entre o pecador e o Coração de Maria.

II — O Coração da Maria segue na esteira do Coração de Jesus: nova redenção de amor; 2) Maria vem para com o seu amor promover mais intensamente o reinado de Seu Filho; 3) para melhor fazer sentir ao mundo essa nova redenção de amor; 4) as grandes maravilhas operadas até hoje no mundo por Nossa Senhora de Fátima.

AMOR QUE ORA

I — A oração meio indispensável para a salvação: 1) insistência do Anjo e de Nossa Senhora em todas as aparições; 2) requere-se para a conversão; 3) sem oração baldar-se-ia o esforço da Virgem em vir à Terra.

II — Como se há-de orar. 1) ensina o Anjo: a) na primeira aparição pela lição de reverência e devoção e a variedade de actos a exercitar; b) na segunda inculca que se deve orar muito sem interrupção e que tudo se deve transformar em oração; c) na terceira recorda as melhores devoções do Cristianismo e a união à Vítima-Eucarística; 2) Nossa Senhora insiste também na oração, particularmente na récita do Terço com a adição da jaculatória: «ó meu Jesus, perdoai-nos...» e a meditação dos mistérios; 3) Os pastorinhos saem discípulos e modelos consumados de oração contínua, recolhida, estática.

O ROSÁRIO, ARMA E ESCOLA DO CORAÇÃO DE MARIA

I — Arma: 1) nas lutas da Igreja com os seus inimigos: a) S. Do­mingos com os albigenses b) 7 de Outubro de 1571, em Lepanto; 2) nas lutas de cada um com seus inimigos íntimos: a) põe em acti­vidade a nossa omnipotência; b) tem vantagens especiais sobre outros modos de oração: as melhores preces, saltério ao alcance de doutos e indoutos; e) Leão XIII.

II — Escola: 1) escola primária: a) a ignorância religiosa: o Rosário verdadeiro Catecismo condensado (Leão XIII e Pio XI); b) código de virtudes cristãs; 2) escola superior: a) a meditação dos mistérios; b) em companhia de Nossa Senhora; 3) assim rezado leva a alma a conhecer mais profunda e intimamente o Coração de Maria; 4) insistência de Leão XLII; o Livro de oiro.

AMOR QUE COMUNGA

I — Indispensável na devoção ao Coração de Maria é a Eucaristia: 1) «Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento» 2) em todas as circunstâncias, Jesus é o Seu Filho; palavras de Santo Agostinho.

 

II — Fátima e a Eucaristia: 1) nas aparições do Anjo; a) os pastorinhos amantes apaixonados da Eucaristia; 3) as grandes comunhões gerais em Fátima: 35.000! 130.000 num só dia!

III — Comunhão reparadora nos primeiros sábados: 1) o primeiro  já de antes celebrado por imitação da primeira sexta-feira, com aprovação de Pio X; 2) Nossa Senhora de Fátima determina o modo prático de o celebrar.

AMOR QUE SE LHE CONSAGRA

I — Amar é dar-se: 1) como na devoção ao Coração de Jesus; palavras de Pio XI, na Miserentissimus Redemptor; 2) Nosso Senhora pede a consagração da Rússia ao Seu Imaculado Coração; 3) valor deste acto diante de Deus.

II — A consagração pessoal: 1) por ela principiam os pastorinhos a 13 de Maio de 1917; 2) Santa Margarida Maria não conhece meio mais rápido para a santidade que este acto feito ao Coração de Jesus; 3) S. Luís Grignion de Montfort afirma que a devoção que mais conforma a alma a Jesus é a devoção a Nossa Senhora, a qual consiste sobretudo na consagração; 4) é parte integrante da consagração ao Coração de Jesus.

III — Razões desta consagração: 1) as mesmas porque devemos amar a Maria; Maximino Giraud, vidente de La Salette; 2) Ela é Se­nhora e Rainha; 3) «O Verbo encontrou a Sua liberdade aprisionan­do-se no seio de Maria» (Grignion de M.); consiste na entrega total por amor filial; 5) os frutos são vivermos por Maria, com Maria, em Maria, para Maria (Grignion de Montfort e Fr. Miguel de Santo Agost.)

AMOR DE IMOLAÇÃO

I — A reparação, ponto essencial nesta devoção: 1) como na devoção ao Coração de Jesus (Miserentissimus Red.); 2) verdade bem provada nos documentos de Fátima; 3) os pastorinhos modelos heróicos de reparação.

II — Necessidade da reparação. 1) «Vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique por e1a» (Nossa Senhora); 2) doutrina de Pio XI na enc. Miserentissimus Redemptor; 3) nunca tão urgente como agora; 4) florescência de almas vítimas em nossos­ dias; 5) Portugal terra de reparação.

O CORAÇÃO DE MARIA, CAMINHO QUE NOS CONDUZ A DEUS

I — Resultados magníficos para os pecadores: 1) graças de conversão; 2) Mater Divinae Gratiae; 3) a Epístola da Missa da festa; 4) palavras do Card. Hugo a propósito do invenisti gratiam; 5) visão de Santa Gertrudes; Vermeersch.

II — Para os justos que inteiramente se Lhe entregam: 1) para estes os melhores frutos: Ego quasi vitis frutificavi suavitatem odoris: a) comunica-lhes o seu espírito (Santa Inês e Santa Brígida); b) Santo Ambrósio e Ven. Fr. Miguel de Santo Agostinho: vida divino-mariana. c) perenemente voltado para Maria; 2) continuamente em Maria; união que em nada estorva a união com Deus; 3) Fátima dá-nos neste capítulo lições profundas; 4) o auge desta união: Deus, Maria e a alma, um só: consumati in unum.

CORAÇÃO DE MARIA E A FAMILIA

I — Fátima e a família: 1) promessa na aparição de Agosto de 1917; 2) aparição da Sagrada Família, a 13 de Outubro de 1917.

II — Importância deste assunto: 1) Pio XI, na encíclica Lux Ve­ritatis; 2) Cristo é o centro, mas principia Deus por Lhe preparar a Mãe: a) razões desta preparação; b) trâmites que segue; 3) lições a colher: a campanha pela família começa pela preparação da mãe: a) tornando-a imaculada; b) imune das paixões desordenadas; é esta a sua verdadeira emancipação; razão central: a) os braços maternais, como um altar; b) o demónio em todos os tempos começa por perverter Eva; 5) onde se preparam as mães? a) tremenda responsabili­dade…; b) O Coração Imaculado de Maria nos lares.

O CORAÇÃO IMACULADO DE MARIA E AS NAÇÕES

I — Também elas se devem consagrar ao Imaculado Coração de Maria: 1) afirmações de Nossa Senhora a respeito da Rússia e de Portugal; 2) os direitos do Coração de Maria.

II — Necessidade que têm as nações desta consagração: 1) a ira de Deus acesa sobre elas; 2) já não têm conta as que foram esmagadas como um vaso de barro; 3) as outras em situação insolúvel: palavras de Pio XII ao Sacro Colégio, a 2 de Junho de 1947; 3) confessem a sua impotência e arrepiem caminho: acudam a Maria; imitem o exemplo das que já o fizeram e começam a colher os frutos.

III — Misericórdias e milagres de Nossa Senhora, após a Consagração do mundo ao Seu Imaculado Coração por Pio XII; palavras do Santo Padre e do santo Cura d’Ars.

NA POSSE ETERNA DO CORAÇÃO DE MARIA

I — Termo final aonde tudo se encaminha: o Céu onde Cristo é Rei e Maria é Rainha: 1) promessa de Nossa Senhora para os seus devotos; 2) vinde benditos de Meu Pai!...

II — No Céu: 1) Veremos ao Coração de Maria, tal qual é, em pleno e eterno meio-dia; 2) possui-lo-emos como nosso: a) Ecce Mater tua; b) Ela depois de Jesus é a melhor parte da nossa herança; 3) amá-La-emos muito mais que os pastorinhos em Fátima; e seremos amados com um amor de que ninguém na terra sabe falar (S. Paulo); 4) gozaremos: o mesmo gozo de Deus e de Maria será o nosso gozo: intra in gaudium Domini tui; que júbilo ao vê-La tão exaltada! Júbilo sem receios nem limites; 5) a Epístola da Missa; palavras de Santo. Afonso de Ligório.

EPÍLOGO

I — Estas páginas, preito de gratidão e de amor: pobre flor silvestre que a Virgem se digne abençoar, como abençoou as folhas da azinheira em que poisou.

II — Na primeira parte, estuda-se o que é o Coração de Maria: objecto próprio da devoção, fundamentos históricos e teológicos (excelência, prerrogativas e missão de Maria).

III — Na segunda parte, a prática da devoção: sua finalidade, espírito próprio, exercício (oração, Rosário, Comunhão, Consagração, Reparação) e frutos desta devoção, no indivíduo, na família e nas nações.

Todo o livro mostra que quanto mais se meditam as revelações de Fátima, mais horizontes se descortinam cheios de doutrina e alimento para as almas.

Digne-se a Virgem abençoar este preito de gratidão, amor e de­sejo de A ver cada vez mais conhecida e amada.