O Padre Pinho
« subirá às honras dos altares »
O
professor José Ferreira, pesquisador impenitente de tudo quanto diz
respeita à Bem-aventurada Alexandrina de Balasar,
encontrou,
nos escritos desta, algumas notas que anunciam uma futura
“beatificação e canonização” do bondoso Padre Mariano Pinho,
primeiro Director espiritual da “Doentinha de Balasar”.
Estas notas têm aqui o seu lugar, visto que elas nos mostram quanto
Jesus amava aquele sacerdote simples mas culto, altivo mas obediente
em tudo, e os desígnios que tinha sobre ele.
Agora que os seus restos mortais foram transladados do Brasil, onde
faleceu, para Balasar que ele tão bem conhecia, parece-nos oportuna
a publicação dos textos que seguem.
1º de novembro de 1952
― « Minha
filha, vem comigo, transporta-te ao Paraíso, repara nesta massa
compacta de santos e santas que neste dia, mais do que em nenhum
outro, jubiloso, num hino deslumbrante, bendizem o Senhor meu Deus,
lou-vam toda a Santíssima Trindade e a sua Celeste Rainha.
― Ó
Jesus, ó Jesus, aqui queria ficar também, nesta paz, neste mergulhar
de amor, neste fogo que inebria. Como eles, eu queria amar-Vos, como
eles eu queria entoar hinos de louvor, hinos de reparação, hinos de
agradecimento.
O que é
o Céu, Jesus, o que é o Céu ! Ah, se todos sou-bessem o que é gozar o
Paraíso !
Que
amor, que amor, que paz, que celeste paz ! Toques, cânticos, hinos
maviosos.
O que é
o céu, Jesus ! Amor, só amor. Sois vós, só Vós com o Pai e o
Espírito Santo, espírito de amor.
― Minha
filha, minha querida filha, tudo está reservado para ti, espera-te
para breve.
Confia,
confia. Sê sempre fiel e heroína como até aqui. Dá tudo ao teu
Jesus. Repara, repara sempre, nada Lhe ne-gues.
Diz
ao teu Paizinho que os eleitos do Senhor o esperam. Ele será contado
entre eles ; como os meus santos, ele será honrado na terra ; como
eles, subirá às honras dos altares.
Preparo-o para isso pelo sofrimento. Escolhi-o para luz e guia das
almas, missão difícil e espinhosa, missão que exige a maior
perfeição e sabedoria ; missão que exige a ciência das coisas
divinas.
Diz-lhe
que o Senhor é fidelíssimo, não falta ao que promete.
Diz-lhe
que as nuvens se dissiparam, o sol apareceu, brilhou.
Dá-lhe
todo o meu amor, todo o amor da Trindade Divina e de minha Mãe
bendita. »
Uma
outra pessoa que Jesus não esquece, é o Doutor Augusto de Azevedo, o
“Samaritano” da Alexandrina. Eis o que a seu
respeito diz :
― « Diz,
diz ao teu médico que o tenho no meu Divino Coração, como jóia do
mais elevado valor.
Diz-lhe
que o amo tanto, tanto que as cadeias do meu amor o prendem, dia a
dia, mais e mais a mim.
Diz-lhe
que o cadinho da dor é para purificar a sua alma; que é o cadinho
que purifica o ouro das suas virtudes.
Diz-lhe
que tudo quanto faço nele e no seu formoso jardim são provas de amor
e predilecção, são cuidados inauditos do Jardineiro divino.
Eu não
quero, eu não quero, atenção, que nenhuma das suas florinhas se
perca, que nenhuma se manche.
Dá-lhe
todo o meu amor divino.
Diz-lhe
que com ele se fortaleça, para com ele, como sempre, cuidar e
defender a Minha causa divina.
Vem,
Mãe bendita, vem consolar, vem confortar a Nossa filhinha.
― Ó
Mãezinha, ó Mãezinha do Carmo, muito brigada por me dares a beijar o
Jesus pequenino que trazeis nos vossos braços. Ele, tão pequenino,
beija-me e acaricia-me. Como são ternas as suas carícias, como é
doce o seu sorriso ! Quer vir para Mim e eu quero ir para Ele.
Ó
Jesus, ó Mãezinha, os três num só !
― Minha
filha, minha querida filha, depois deste celeste conforto, venho
pedir-te para, neste mês, ofereceres tudo, sofreres tudo e fazeres
que muitas almas te imitem.
Tudo
pelos pecadores, para que não caiam no Inferno.
Mas
mais, muito mais, pelos sacerdotes que tanto ofendem ao Senhor, que
tanto ferem o Coração do Meu Jesus e o Meu, e em sufrágio pelas
benditas almas do Purgatório, para que elas subam em cada momento
para o Paraíso, aos bandos, aos bandos, como as andorinhas.
― Minha
filha, minha querida filha, vai em paz, leva a paz de Jesus e de
Maria, leva o amor dos Nossos Divinos Corações.
Vai,
vai, minha filha, e não esqueças a recomendação da tua e Minha Mãe
Celeste.
Acode,
acode aos pecadores.
Aliviai, aliviai as almas do Purgatório.
Leva
tudo para os que amas e são teus, leva tudo para quem quiseres, tudo
o que é nosso, tudo o que é do Céu.
― Ó
Jesus, ó Mãezinha, muito obrigada.
Vede o
que agora está no meu coração, o que eu quero, o que vos peço.
Confio
em Vós, confio em Vós.
― Confia, confia, pede e confia. Jesus e Maria velam os seus
interesses, velam por quem lhes pertence.
― Obrigada, Jesus, obrigada, Mãezinha.
Esperei
a vinda do meu Jesus numa saciedade e ao mesmo tempo numa
indiferença indizível.
Queria
unir-me a Ele pela Eucaristia, numa união inseparável, mas não sei o
que me tinha alheia e me tornava inútil a tudo.
Queria
voar ao encontro do meu Amado, queria preparar-me para O receber
dignamente.
A
inutilidade cortara-me todos os voos, absorvia em si todas as
ânsias, deixando-me abismada no abismo do meu nada.
Jesus
chegou, entrou no meu coração, iluminou-me toda a casa, encheu-me
dele e falou-me assim. »
7 de junho de 1952
― « Diz
ao teu Paizinho que ele está todo absorvido dentro do Meu Coração
Divino.
É nele
que ele sofre, é nele que ele trabalha, é nele que ele vive.
Diz-lhe
que as grandes imolações e as grandes crucifixões são próprias dos
santos.
Ele
será contado no número dos meus eleitos.
Ele
há-de ser coroado com a auréola dos santos.
Dá-lhe
todo o meu amor com toda a Minha paz, na certeza de que a sua vida
dolorosa foi permitida por Mim.
Se ele
soubesse o proveito da sua dor! No Céu tudo vai saber e compreender.
Dá-lhe
amor, amor com toda a minha riqueza.
Dá-lhe
amor, amor com toda a riqueza da Minha Bendita Mãe. »
Esperemos que muito em breve a “causa do Padre Mariano Pinho”
conheça um verdadeiro desenvolvimento ; que as entidades
eclesiásticas possam começar as investigações que as levarão ao
início de processo que todos esperamos e que na verdade, como Jesus
o prometeu ― e Jesus sabe o que diz e afirma !― o bondoso e “santo”
sacerdote seja realmente “contado no número dos eleitos” do Senhor e
“coroado com a auréola dos santos”. |