O EXÉRCITO INFANTIL
Saído em Julho de
1932, no Mensageiro de Maria , este texto dá-nos uma ideia
muito clara do êxito do Padre Pinho à frente da Cruzada Eucarística.
De cerca de 1.500 «efectivos» em fins de 1928, este exército de
crianças atinge uns 32.000 em meados de 1932. Quem é que já fez
tanto em tão pouco tempo?
Dentro
de poucos dias teremos em Braga a mais luzida e a mais numerosa e
risonha parada das nossas forças Infantis, como
nunca
se viu em Portugal. A Roma Portuguesa vai transformar-se durante os
dias do Congresso Catequístico num canteiro espiritual de lírios sem
labéus, os melhores da Nossa Terra; no mais delicioso jardim da
Infância. Vale a pena ir a Braga para contemplar este espectáculo.
A Cruz
rubicunda de Cristo a fulgir no peito de milhares de criancinhas da
Cruzada Eucarística há de encantar-nos a vista e penetrar-nos na
alma dos Congressistas e retinir cá dentro como um toque alegre e
vibrante de clarim anunciando-nos nova era de Redenção!
É essa
Cruz que assim nos aparece a rebrilhar no céu da Infância, que nos
vai trazer, como outrora a Constantino, a vitória espiritual e
decisiva que há de enfim sublimar Portugal: in hoc signo vinces:
com este sinal vencerás!
E ainda
bem, que esse céu rubricado pela Cruz Redentora estende-se já a todo
o Portugal de aquém e de além-mar. Sim; ninguém tem direito de
ignorar, depois do volumezinho que agora acaba de aparecer e que se
intitula: Relatório da Cruzada Eucarística das Crianças em
Portugal desde os seus inícios até Maio de 1932», ninguém tem
direito de ignorar qual é o estado actual desse Exército Infantil,
que alguém chamou a maior esperança de Portugal.
O livro
aí está todo a sorrir na profusão das suas gravuras e a descantar na
narração singela de cada centro um hino de louvores ao Senhor, pela
pujança de seiva nova e superabundante que há uns poucochinhos de
anos a esta parte começa a circular nas veias do Portugal Novo,
aurora de um Portugal maior.
Que bem
caiu em o nosso Terreno a semente bendita da Cruzada! Em 1928 havia
ao findar-se o ano uns 16 centros da C. E. C.; nos fins de 1929 eram
já 70 com mais de 5.000 criancinhas; no termo de 1930, 196 centros
com 17.000 Cruzados; ao encerrar-se o ano de 1931 passavam os
centros de 300 com um número superior a 27.000 crianças; no momento
actual, diz-nos o Relatório que há em Portugal 372 centros com mais
de 32.000 meninos e meninas da Cruzada. É um louvar a Deus!
Se os
bolchevistas soubessem o que aí vai — não sabem, porque não lêem a
nossa revista — desistiam de tentar sequer qualquer coisa em
Portugal. uem tem nas mãos a infância, tem o futuro; o futuro é
nosso, porque toda a infância portuguesa está correndo a alistar-se
pressurosa no exército de Cristo-Rei.
Temos
já no mundo o quinto lugar de honra entre as nações onde mais
florescente se encontra a Cruzada e não é presunção esperar que
dentro de poucos meses as nossas forças infantis subam de 32.000 a
150.000; basta apenas que todos os centros fervorosos do Apostolado
da Oração estabeleçam no seu grémio esta secção infantil. Depois, a
exemplo destes irão os menos fervorosos, irão todas as paróquias e a
Cruzada Eucarística em Portugal terá então aproximadamente umas
360.000 crianças armadas com a Cruz de Cristo.
Depois
de Deus Nosso Senhor, é ao zelo dos Nossos Venerandos Prelados, ao
entusiasmo dos RR. Párocos e Directores locais e à fervorosa e
dedicada cooperação das Zeladoras e Zeladores que se deve este
prodigioso incremento da Cruzada. Quem lhes dirá o obrigado? Já lá
está no Evangelho: « o que fizerdes a um destes pequeninos é a Mim
que o fazeis; quem recebe a um destes pequeninos, é a Mim que me
recebe ». A todas as Congregações Marianas e pias uniões
encomendamos muito o zelo em promover esta simpática obra da Cruzada
Eucarística. É ela a melhor escola dos mais fervorosos congregados e
congregadas no futuro.
M. P. |