Epílogo
«Será concedido ao mundo algum tempo de paz.»
Nossa
Senhora
Aqui ficam estas
páginas, redigidas mais com o coração do que a luz da inteligência. Nunca
outras
escrevemos
com tão boa vontade, como este livrinho.
Talvez por isso,
ele vá engrossar ainda mais o número das nossas ilusões. Ilude-se e ilude-nos
tanto o Coração!... Sonha sempre mais do que é capaz de realizar.
Embora. Sentíamos
verdadeira necessidade de prestar este pequenino obséquio a Maria Santíssima.
Necessidade de gratidão, necessidade de amor.
Na verdade, Fátima
está a exigir do mundo todo e muito mais de quem nasceu na Terra Lusa, Terra de
Santa Maria, um obrigado bem sincero, pelo amor misericordioso e graças de
privilégio com que à Cova da Iria se dignou descer a Rainha dos Céus e da Terra.
Nenhum português
tem direito a morrer, sem primeiro vir de algum modo a Fátima, junto da Branca
Imagem, desfolhar as flores da sua gratidão filial para com a Virgem Santíssima.
É este o raminho
de bem-me-queres que ora depomos aos pés de Nossa Senhora de Fátima. Bem
pobre ele é; mas por isso, diz bem na Serra de Aire. Quando Nossa Senhora baixou
à Cova de Iria, não achou lá senão toscas azinheiras e uma ou outra flor
silvestre.
Seja este livrinho
mais uma dessas flores silvestres; que se Ela a consentir a Seus pés virginais,
abençoada ficará, como ficou abençoada a azinheirinha em que a Virgem poisou
bondosa. Tão abençoada, que logo os romeiros, à porfia, ambicionavam
possuir dela uma só folhinha que fosse ou uma fasquiazinha, para a arrecadarem
ciosamente em suas casas, como relíquia benéfica.
Ó se este pobre
livro alcançara tão ditosa bênção desses pés benditos, de certo todos, à uma, o
quereriam levar para suas casas, como nova relíquia do Coração Imaculado de
Maria, na esperança de nela encontrarem remédio de milagre para seus males: para
os seus pecados, paz para as almas, caminho seguro para chegar até Deus!
O
livro procurou sobretudo, recolher vigilante e reverente a substância de tudo o
que se refere ao segredo (só revelado ao público no 25.º aniversário das
aparições em Fátima) de que Deus queria
estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria.
Contribuir para
que se ateie nas almas, segundo a Vontade divina, esta devoção, eis a finalidade
destas páginas.
Consegui-lo-ão?
Para tanto, como
devoção é dedicação, é amor e ninguém ama o que não conhece, na primeira parte
explicou-se, com linguagem e argumentos ao alcance de todos, o que é o Coração
de Maria: indicam-se em breve esforço, os fundamentos históricos, filosóficos e
dogmáticos desta devoção.
Quem compreender à
luz da fé e do Espírito Santo que se trata nada menos que do Coração da Filha
predilecta do Altíssimo, do Coração da Mãe do Salvador, da Esposa do Espírito
Santo; do mais Imaculado e Virgem, do mais Belo, mais perfeito dos corações:
Íris de paz colocado entre o Céu e a Terra em promessas de bonança, porque é o
Coração de nossa Mãe, da nossa Dolorosíssima Corredentora e Medianeira, Coração
todo bondade e misericórdia, o mais parecido e unido ao de Jesus que é possível,
Coração, enfim da Rainha do Céu e da Terra — quem bem compreender tudo isto, não
pode deixar de Lhe prestar fervoroso culto com todas as práticas que Ela mesma
veio pedir em Fátima.
Dessas práticas
trata a segunda parte, assim como dos bens que está destinada a produzir nos
indivíduos, nas famílias e nas nações a devoção ao Imaculado Coração de Maria.
Exposta a
finalidade e o espírito próprio da devoção, discorre logo o livrinho, sempre
iluminado pelos esplendores de Fátima, sobre a oração, particularmente a récita
do Terço quotidiano, pedido por Nossa Senhora; a Comunhão reparadora nos
primeiros sábados; a Consagração individual e o espírito de Reparação,
imprescindíveis neste culto e finalmente, o reinado do Coração de Maria, nas
famílias e nas Nações.
Os frutos serão:
neste mundo, paz para os indivíduos, para as famílias e para a sociedade; no
outro, a posse eterna junto de Deus, do Coração amantíssimo de nossa Mãe, como a
melhor porção da herança que no Céu nos espera, depois de Deus.
O leitor terá
advertido na insistência com que uma e outra vez repetimos as palavras do Anjo e
de Nossa Senhora aos Pastorinhos. Esta insistência prova que essas palavras
vieram do Céu, tal o inesgotável manancial de doutrina que nelas se encerra.
Quanto mais se meditam as revelações de Fátima em todos os seus episódios e
pormenores, mais dilatado horizonte se descortina cheio de sabedoria celeste, de
beleza e sabor espiritual. Se mais vezes os não citamos, foi para não
engrossarmos de mais este volume.
Digne-se a Virgem
Santíssima aceitar e abençoar este preito de gratidão, que é também preito de
amor e desejo de A ver conhecida e amada.
Quanto o mundo
todo, nesta hora de desunião e de ódio, precisa deste Coração, todo bondade e
amor!... Quanto necessita que a toda a parte chegue esta Mãe carinhosa e
poderosíssima a chamar a todos os homens com o doce nome de filhos, para que ao
sentirem que Ela realmente sua Mãe, Mãe de toda a família humana, reparem que
todos somos irmãos e como tais resolvamos enfim, romper com todas as barreiras
que nos embargam de vivermos dos laços e influxos de família, na justiça, na
ordem, na paz e no amor. Apresse Maria Santíssima esse seu reinado e seja, em
resultado, «concedido ao mundo, como Ela prometeu, ao menos algum tempo de paz».
ALGUNS AUTORES
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Várias Encíclicas e outros documentos.
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