Padre
MARIANO PINHO
- Jesuíta -
(1894-1963)
O
Padre Mariano Pinho nasceu no Porto a 16 de Janeiro de 1894. Entrou
na
Companhia
de Jesus a 7 de
Dezembro de 1910. Não sendo ainda sacerdote, os
superiores destinaram-no ao Brasil onde, no Colégio António Vieira,
Baía, leccionou e fundou a revista Legionário das Mis-sões.
Regressado a Portugal, em 1923, partiu para In-nsbruck,
na Áustria, onde estudou Teologia e graduando-se depois na Universidade
de Comil-las, Espanha.
Na sua Pátria foi notável conferencista, prega-dor e
Promotor incansável das Congregações Marianas e Cruzada Eucarística,
exercen-do ao mesmo tempo o cargo de Director dos seus ór-gãos de
comunicação.
Em 1931 teve o seu primeiro encontro com a Alexandrina
Maria da Costa, a carismática de Balasar. No ano seguinte começou a
direcção espiritual, tendo-lhe o Senhor dito: «Obedece em tudo ao teu
pai espiritual. Não foste tu que o escolheste; fui eu que to mandei».
Exerceu este cargo até 1942.
Tendo recebido a Alexandrina o encargo de pe-dir ao Papa
a Consagração do mundo ao Coração de Maria, o Padre Pinho prestou-lhe a
melhor colaboração.
Em 1938 pregou o Retiro ao Episcopado Português. Por sua
sugestão os nossos Bispos dirigiram uma súplica colectiva ao Papa Pio XI,
em ordem à consagração.
Endereçou mais duas missivas do mesmo teor ao Secretário
de Estado do Papa, o Cardeal Eugénio Paccelli. A 2 de Março de 1939, foi
eleito Papa, assumindo o nome de Pio XII. Dezoito dias depois a 20 de
Março de 1939, o Senhor comunica à sua confidente: «Será este o Papa que
fará a Consagração. O Papa de coração de oiro, está resolvido a
consagrar o mundo ao Coração de Maria… Todo o mundo pertence ao Coração
Divino de Jesus; todo o mundo vai pertencer ao Coração Imaculado de
Maria».
Efectivamente, a 31 de Outubro de 1942, Pio XII,
dirigindo-se a Portugal e falando em português, fez esta consagração,
que renovou a 8 de Dezembro seguinte, na Basílica de São Pedro.
Devido a uma série de calúnias e informações maldosas, a
1 de Outubro de 1942, o Padre Mariano Pinho recebe uma ordem terminante
do seu Superior de cortar toda a relação com a Alexandrina «directa ou
indirecta, pessoal ou escrita». Com um intuito punitivo, foi mandado
para um Seminário menor da Companhia de Jesus. O seu Superior assim
escreveu à Santa Sé: «Sofreu, como os santos, as piores calúnias e
tribulações, sem um lamento e sem quebra da sua alegria espiritual». E o
Cardeal Dom Manuel Gonçalves Cerejeira, assim o qualificou: «Era um
santo!».
Para poder exercer doravante apostolado, em Fevereiro de
1946, voltou para o Brasil, onde continuou a sua actividade espiritual.
Faleceu no Recife a 11 de Julho de 1963.
Padre Fernando Leite, SJ
Versão francesa
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